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Eleições: o que as ondas Lula e Bolsonaro têm em comum

Lula e Bolsonaro já protagonizaram recorde de votos em Santa Catarina. Veja o que mudou entre uma onda e outra

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Visão geral das cidades onde Lula venceu em 2002 e Bolsonaro liderou em 2018

Esta reportagem fez parte da coluna digital Caixa de Dados, do Diário Catarinense, sobre jornalismo de dados, e foi publicada originalmente em 10/11/2018

Clique aqui para ver o post original

Texto e análise de dados: Cristian Edel Weiss
Arte e visualização de dados: Maiara Santos

Lulistas dirão que nada supera a onda que envolveu os catarinenses no primeiro turno de 2002, quando Santa Catarina proporcionou ao candidato do PT à Presidência a maior votação do país: 56,5%. Bolsonaristas rebaterão afirmando que, desta vez, a onda foi mais avassaladora. Ao analisar o mapa eleitoral dos primeiros turnos de 2002 e 2018, as duas candidaturas tiveram sucesso em aspectos distintos.

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Arte Maiara Santos

Em percentual de votos válidos, Bolsonaro levou a melhor. Mas, em termos de penetração no território, a mobilização pró-Lula abrangeu mais municípios. Veja os destaques a seguir.

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Votação de Lula em 2002

Depois de três tentativas em que saiu derrotado, duas delas no primeiro turno (1994 e 1998), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iria ao segundo turno contra o candidato governista José Serra (PSDB), carregando o legado de conquistar em SC a maior votação proporcional do país. Foram 1.719.739 votos no primeiro turno, o que representava 56,59% dos votos válidos.

Lula foi o mais votado em 280 cidades, de todas as regiões do Estado. A predominância dos votos ocorreu no Oeste catarinense, no Planalto Norte e no Sul do Estado. Em Florianópolis, 59,87% dos eleitores escolheram o petista. Em Joinville, foram 57,02%. Mas a votação mais expressiva foi de Lindóia do Sul, no Meio-Oeste, com 79,79%, e Serra Alta, 77,11%, no Oeste.

O Estado, que nunca tinha sido governado pelo Partido dos Trabalhadores – nem viria a ser depois –, surpreendeu. A onda Lula ainda permitiu a eleição de Ideli Salvatti (PT) para o Senado e a expressiva votação de José Fritsch para o governo do Estado, que obteve 27,3% dos votos válidos, ficando a apenas 3% e 84.230 votos de Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que iria para o segundo turno contra Esperidião Amin (PPB). Além disso, a sigla elegeu 5 dos 16 deputados federais por SC e 9 dos 40 deputados estaduais.

No segundo turno, Lula faria ainda mais votos no Estado: chegaria a 1.914.684, o equivalente a 64,14% dos válidos. Mas, dessa vez, ficaria apenas na oitava posição entre os Estados que mais renderam votos ao petista. Bem atrás da melhor marca, do Rio de Janeiro, de 78,9%.

Votação de José Serra em 2002

O adversário de Lula, José Serra (PMDB), teve mais votos em apenas 13 cidades de Santa Catarina. Em todo o Estado foram 707.239, sendo 23,27% dos válidos. A votação mais expressiva foi em São Bonifácio, na Grande Florianópolis: 59,09%. Treze Tílias, no Meio-Oeste, com 57,08%, e Braço do Trombudo, no Vale do Itajaí, com 55,40%, também se destacaram. Mas o perímetro entre a Grande Florianópolis e a Serra foi a maior concentração que o candidato tucano conseguiu alcançar.

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O desempenho de Bolsonaro

O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, perde para Lula no número de municípios onde liderou a votação, mas, no final, alcançou 65,82% dos votos válidos no Estado, nove pontos percentuais acima e maior até mesmo do que a votação que o petista alcançaria no segundo turno.

Os resultados mais expressivos foram registrados em Treze de Maio (83,89%), Ascurra (81,32%), Botuverá (80,93%), São Martinho (80,77%), Morro Grande (80,26%) e Rio Fortuna (80,26%). Mas a diferença para Lula é que as maiores taxas foram alcançadas no Vale do Itajaí, no Sul do Estado e parte do Planalto Norte, avançando pouco para o Oeste e Meio-Oeste.

Entretanto, o desempenho de Bolsonaro foi mais bem-sucedido do que o petista para alçar o candidato da própria sigla ao segundo turno, Comandante Moisés (PSL). Já para os parlamentos, um pouco menor, mas não menos expressivo: elegeu seis deputados estaduais, quatro federais e, por uma diferença de 18.095 votos e 0,28 ponto percentual, não teve um senador, Lucas Esmeraldino (PSL).

Fernando Haddad em 2018

Já o adversário de Bolsonaro, Fernando Haddad (PT), liderou votos em pouco mais do que o dobro de cidades do que Serra havia feito em 2002. Foram 33 no total. Além disso, os municípios estão distribuídos de forma homogênea pelo mapa, concentrados no Oeste e no Meio-Oeste e parte da Serra catarinense.

Mas na soma de todo o Estado obteve 598.578 votos, 108,6 mil a menos do que Serra havia recebido 16 anos atrás. Na média estadual dos votos válidos, Haddad teve apenas 15,13%, oito pontos percentuais a menos do que o tucano em 2002.

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Desempenho de Lula e Bolsonaro

A guinada à esquerda, em 2002, e à direita, em 2018, são expressivas e representam o espírito do tempo do eleitor catarinense. Mas a despeito da fatia de votos obtidas no primeiro turno, em termos de capital político Lula se saiu melhor, ao eleger também mais parlamentares para a Assembleia Legislativa e engrossar o apoio catarinense na Câmara Federal e no Senado.


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