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Trânsito de Blumenau: O labirinto do trevo da Mafisa

Pedestres e ciclistas se aventuram para circular próximo ao viaduto recém- inaugurado

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Confusão no viaduto e no trevo da Mafisa no trânsito de Blumenau na BR 470 e Dr Pedro Zimmermann pelo jornalista Cristian Edel Weiss Cristian Weiss da RBS NSC Comunicação Santa Catarina
Confusão no viaduto e no trevo da Mafisa no trânsito de Blumenau na BR-470 e Dr Pedro Zimmermann pelo jornalista Cristian Edel Weiss Cristian Weiss da RBS NSC Comunicação Santa Catarina
Publicada originalmente no Santa em 4/6/2010


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Pedestres e ciclistas se aventuram para circular próximo ao viaduto recém- inaugurado

CRISTIAN EDEL WEISS
BLUMENAU

A costureira Sônia Regina Duarte, 47 anos, equilibra-se na bicicleta e pedala pela Rua 1º de Janeiro, com destino ao supermercado. Inicia o percurso às 15h, para não se deparar com a fila de veículos no horário de pico da BR-470. Ilusão. Encontra o primeiro obstáculo no Trevo da Mafisa, que não consegue cruzar devido ao movimento de veículos na rotatória. Busca o caminho alternativo que acredita ser mais seguro, seguindo pela marginal de acesso à Rua Dr. Pedro Zimmermann, onde pretende atravessar. Esforço à toa. Acostamento estreito e ausência de faixa de pedestres obrigam Sônia a percorrer mais 100 metros e descer da bicicleta. A costureira ameaça ziguezaguear pela pista e lança um olhar de súplica, quando finalmente os motoristas se convencem a lhe ceder espaço para a travessia.

– O trânsito não é feito só de carros. Inauguraram o viaduto e esqueceram dos pedestres e de quem usa a bicicleta – indigna-se Sônia.

Ela, de fato, não está só. Na outra margem da Dr. Pedro Zimmermann, o casal Ivonei Fiamoncini, 50, e Marli Kremer, 48, esperam mais de cinco minutos para atravessar a via. Acabaram de descer do ônibus e não têm alternativa senão desafiar o fluxo de veículos, que ameniza aos poucos com o engarrafamento. Mas a aventura não termina com a travessia. Na hora de seguir pela marginal do viaduto, em direção à BR-470, andam em fila indiana. Ali a passagem afunila-se num corredor com menos de meio-metro, que os separa dos veículos e do guard-rail.

A sequência de dificuldades entre pedestres e ciclistas é constante próximo ao trevo. Não há faixas de segurança nem sinalização que os privilegie em toda a extensão do viaduto e na ligação com a Dr. Pedro Zimmermann. E onde se pensou nos pedestres, a intenção ficou pela metade. Sobre todo o viaduto há calçamento no sentido Centro-Itoupavas. Porém, para acessá-lo é preciso se arriscar cruzando as marginais de acesso à BR-470.

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Impasse entre prefeitura e Dnit impede solução

A solução para a passagem segura de pedestres e ciclistas esbarra no impasse sobre a jurisdição municipal e federal. O projeto executivo do Viaduto da Mafisa foi elaborado em 2006, custeado pela prefeitura, Associação Empresarial de Blumenau (Acib) e Conselho de Desenvolvimento Econômico da Itoupava Central (Codeic). A execução ficou a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que aprovou a proposta.

– Quando executamos o projeto, percebemos a falha. Penso, sob o ponto de vista técnico, que a responsabilidade passa pela prefeitura, que elaborou o projeto – argumenta o superintende do Dnit na região, Elifas Marques.

Marques explica que o atual contrato da obra não permite obras acessórias. Ainda assim, garante que discutirá uma solução para o caso em reunião com o superintendente do Dnit em Santa Catarina, João José dos Santos, marcada para segunda-feira.

Presidente do Seterb, Rudolf Clebsch afirma que a responsabilidade no trecho ainda não está esclarecida. O órgão solicitou ao Dnit e ao Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) a delimitação da jurisdição na área.

– A ampliação do acostamento não é obra que exija grandes investimentos. Mas o novo viaduto executado pelo Dnit não pode retirar o acesso que a comunidade já tinha. Isso tem de ser revisto – justifica Clebsch.

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Confusão no viaduto e no trevo da Mafisa no trânsito de Blumenau na BR-470 e Dr Pedro Zimmermann pelo jornalista Cristian Edel Weiss Cristian Weiss da RBS NSC Comunicação Santa Catarina

ENTREVISTA
PETERSON IGLESIAS, CICLISTA VÍTIMA DE ACIDENTE

“Assim como aconteceu comigo, pode acontecer com outros” 

No final da tarde da última segunda-feira, o primeiro dia útil após a abertura do tráfego sobre o Trevo da Mafisa registrou também o primeiro acidente. Um ônibus do transporte coletivo urbano de Blumenau, que trafegava da região das Itoupavas para o Terminal do Aterro, atropelou o ciclista Peterson Iglesias, 33 anos, sobre o viaduto. Ele atravessava a pista – que não tem ciclovia nem faixa de pedestres – quando foi atingido. Teve múltiplas fraturas e hemorragia interna. Iglesias se recupera dos ferimentos internado no Hospital Santa Isabel.

Jornal de Santa Catarina – Como está seu estado de saúde? 
Peterson Iglesias – Tem sido muito difícil para mim, só com fé em Deus. Tenho muitas dores, estou com a perna direita quebrada e ralada, tive traumatismo craniano, levei 20 pontos na perna esquerda. No abdômen acabei de passar por uma cirurgia e levei mais 20 pontos. Fraturei a bacia e o ombro esquerdo. O médico disse que eu terei de ficar deitado por dois meses.

Santa – O que você fazia no viaduto? 
Iglesias – Eu passo por ali todos os dias. Trabalho como assistente de marketing na Distribuidora de Bebidas Hess. Moro no Bairro Fortaleza, próximo à Dudalina. Vou de bicicleta todos os dias porque o caminho não é longo. Era 17h40min, eu estava saindo do trabalho.

Santa – Como foi o acidente? 
Iglesias – Foi muito rápido. Tinha acabado de conversar com dois guardas de trânsito. Desci da bicicleta para atravessar a pé a Rua Dr. Pedro Zimmermann. Na hora não tinha carro, apenas um caminhão vinha em minha direção, mas fez sinal de luz para eu atravessar. De repente apareceu o ônibus e me atingiu.

Santa – Qual a maior dificuldade para pedestres e ciclistas no trecho? 
Iglesias – Ali não tem sinalização para pedestre, nem faixa de segurança. Espaço para passar de bicicleta, muito menos. O pior é que, assim como aconteceu comigo, pode acontecer com outras pessoas. O jeito é redobrar a atenção.

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Por que pedestres e ciclistas sofrem

 Não há faixas de pedestres em toda a extensão do trevo e do Viaduto da Mafisa 

 Não há acostamento nas marginais do trevo no sentido Itoupavas-Centro. Espaço entre a pista e o guard-rail é menor que meio metro 

 Sobre o Viaduto da Mafisa há calçamento no sentido Centro-Itoupavas, mas os pedestres precisam se arriscar cruzando as marginais de ingresso à BR-470 para acessá-lo 

 Não há sinalização alguma privilegiando pedestres próximos aos pontos de ônibus da Rua Dr. Pedro Zimmermann 

 Iluminação no trevo é precária

Atravesse o trecho com segurança

 

 Pedestres devem transitar no sentido contrário a dos veículos para visualizar atentamente o fluxo do trânsito 

 Ciclistas devem transitar no sentido dos veículos 

 Redobre a atenção na hora de fazer a travessia 

 Se puder, evite cruzar nos pontos de maior movimento 

 Use roupas claras e acessórios refletores no caso de bicicletas para facilitar ser notado pelos veículos 

 Ciclistas devem usar capacete

Fonte: Guarda Municipal de Trânsito, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar Rodoviária 

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Leia mais sobre o tema


28/5/2010:
Viaduto da Mafisa em Blumenau: Acesso à BR-470 é liberado
Jornal de Santa Catarina



29/5/2010:
Trânsito de Blumenau: O que muda com o Viaduto da Mafisa
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1/6/2010:
Trânsito de Blumenau: Viaduto da Mafisa caminho livre para ninguém
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