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Efeito biológico: por que tanto mosquito em Blumenau
Enquanto frio e calor se alternarem tão rápido quanto nas primeiras semanas de abril, mosquitos vão se proliferar descontroladamente
Enquanto frio e calor se alternarem tão rápido quanto nas primeiras semanas de abril, mosquitos vão se proliferar descontroladamente
CRISTIAN WEISS
BLUMENAU
A toalhinha rosa está sempre à mão de Inês Moje, 83 anos. É uma arma para se livrar de um inconveniente: os mosquitos. Inês deveria estar acostumada, pois há 43 anos mora na Rua Francisco Margarida, na Itoupava Norte. Atrás da casa, próximo à rodoviária, um córrego represado é o local de reprodução dos insetos. Mas a aposentada reclama que a situação piorou. E ela tem razão. O comportamento dos pernilongos é sensível às alterações climáticas. Quando há uma queda de temperatura acentuada e em seguida volta a esquentar, como ocorreu semana passada, os insetos aproveitam para acelerar a reprodução.
– Eu evito deixar a casa aberta, as janelas estão sempre fechadas. Mesmo assim, preciso respingar veneno a cada hora – conta.
Segundo a Vigilância Sanitária, a nuvem de insetos que invadiu a residência na Itoupava Norte não é isolada nem está ligada a condições insalubres. Trata-se de um fenômeno biológico e natural, causado pela mudança abrupta da temperatura e pela chegada do clima chuvoso na região. Essas condições são percebidas como ameaças por pernilongos, moscas, carrapatos e formigas, que agilizam o ciclo de reprodução e desova para garantir a reprodução da espécie. O processo gera o aumento populacional dos insetos e a sensação de que eles estão invadindo a cidade.
– Quando a temperatura muda bruscamente, gera estresse no inseto. Ele pensa que o mundo vai acabar e começa a se reproduzir. Mas é um efeito transitório e se resolve quando o clima estabiliza – garante o diretor da Vigilância Sanitária, Marcelo Schaefer.
O problema que antes era enfrentado apenas em residências próximas a ribeirões também foi notado por moradores de regiões urbanizadas. Desde a semana passada, a Vigilância Sanitária recebeu mais de 20 ligações de moradores procurando informação sobre o fenômeno. A dermatologista Cíntia Letícia Tuschinski explica que o excesso de mosquitos é queixa frequente no consultório. Para evitar o inconveniente, ela recomenda ter sempre um repelente e procurar um especialista caso a coceira cause lesão na pele.
Enquanto a reportagem do Santa esteve na casa da Dona Inês, 15 picadas de mosquito foram sentidas em 10 minutos. Sorte dela, que pode contar com sua arma inseparável:
– Eles são danados, a gente tem que espantar toda hora. Por isso nunca fico sem o pano.
Por que há tantos mosquitos
✓ Quando há uma queda de temperatura acentuada e em seguida volta a esquentar, como ocorreu semana passada, os insetos aproveitam o clima favorável para potencializar a reprodução
✓ Os predadores desses insetos (libélulas, lagartixas, aranhas e rãs) também são sensíveis ao calor. Mas o período de reprodução é mais lento do que o da mosca, que dura em média cinco dias entre a formação do ovo e o desenvolvimento da larva
✓ Nesse tempo, os mosquitos se reproduzem mais e são menos atacados pelos inimigos naturais, o que explica a superpopulação
✓ Com o clima estabilizado, a cadeia alimentar e a população de insetos se normaliza
Proteja-se
✓ Passe cremes repelentes na pele
✓ Ative repelentes elétricos
✓ Mantenha portas e janelas fechadas, principalmente ao anoitecer
✓ Instale telas de proteção nas janelas
✓ Estenda mosqueteiros sobre camas e berços
✓ Quando possível, use blusas de manga comprida
✓ Se for picado, evite coçar, pois pode inflamar a lesão
Fonte: Vigilância Sanitária e dermatologista Cíntia Letícia Tuschinski
Previsão do tempo
Hoje, uma frente fria começa a se aproximar do Estado e a temperatura cai a partir de amanhã. Além do frio, que aos poucos deve deixar o clima mais firme (desacelerando o ciclo de reprodução dos insetos), a previsão dos meteorologistas é de chuva neste feriado e nos próximos dias.
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